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Aracnofobia - os primeiros cinco minutos de filme


 Apenas nos primeiros segundos da abertura do filme "Aracnofobia", toda a imagem, enquadramento, cadência e até mesmo a melodia - soou-me a "Parque Jurássico". Todos sabem que este último filme foi dirigido por Steven Spielberg mas... e Aracnofóbia? 

Para situar: Aracnofobia data de 1990 e Parque Jurássico de 1993.

Vi mais uns segundos do início do filme. Até ao ponto em que o fotógrafo encontra-se com o cientista na selva e todos sobem a montanha de helicóptero, numa sequência que revela a amplitude e beleza do local, ao mesmo tempo que é belo pode também parecer ameaçador, devido à pequenez do helicóptero que parece de brinquedo entre a paisagem. Em 5 minutos temos os créditos e a sinopse da história. Parei aí. As semelhanças são muitas. E a melodia... quer ficar no ouvido e ser escutada novamente. Combina tão bem com as imagens que me espanta que o filme não esteja ao mesmo nível de apreço que tem um "Parque Jurássico", um "ET", um "Tubarão", um "Salteadores da Arca Perdida".



Tive de ir espreitar. Estava a encontrar semelhanças, sabendo que não era o mesmo compositor ou mesmo director. Mas existem semelhanças. Será que é porque existe um padrão de captura de imagens e edição para cada género de filme?
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Sim, essas coisas existem mas seria muita coincidência. Então fui ao site IMDB ler a ficha técnica completa de cada filme. A primeira coisa que meus olhos encontraram foi o departamento de edição. Mesmo a propósito: aqui é que se faz um filme. Se estava a ser familiar a cadência/sequência de planos e o casamento destes com a música, tinha de espreitar os nomes na equipa de edição. Coincidência: reconheci dois: Alan Cody e Patrick Cane. Assistentes de editor em AMBOS os filmes. Isto explicaria parte da familiaridade. Porém, foi quando fui aos diretores que tudo ficou mais esclarecido (e confuso). 

Aracnofobia foi dirigido por Frank Marshal em 1990. Frank foi o produtor de filmes como "Os salteadores da Arca Perdida" (1981), Poltergeist o fenómeno (1982), Indiana Jones e o Templo Perdido (1984), Gremmlins (1984), Os Goonies (1985), Regresso ao Futuro (1985).

Um currículo e tanto. Destes filmes, muitos são dirigidos por Steven Spielberg. A sua colaboração foi muito profunda, tendo feito parte da companhia de produção de Spielberg - Amblin, em 1980, onde permaneceu até 1991, altura em que só saiu para fundar a sua própria companhia, junto com a esposa. No ano seguinte ele foi para a Paramont e a esposa tomou o comando da Lucas Film. 

Foi um ano antes de sair da Amblin, em 1990, que Marshall se aventurou na direcção e dirigiu ARACNOFOBIA. 
Tinha portanto, uma relação próxima com Spielberg, era seu colega na produtora de cinema e tinha produzido vários sucessos de Spielberg: Portergeist, Gremmlins; Os salteadores da Arca Perdida, Indiana Jones...  Nada mais natural que, numa carreira tão cheia e tão influenciada por diversos artistas mas em particular por Spielberg, que Marchal tenha desenvolvido uma estética visual semelhante a muitos filmes que ajudou a nascer. 

A música porém... a melodia que abre o filme, é de autoria de Trevor Jones. Compositor com muitos créditos em cinema porém, um nome que mal se escuta entre os menos conhecedores. O que me surpreendeu foi saber que Frank Marshal é filho de um compositor e Maestro. Logo, deve ter desenvolvido uma sensibilidade maior para este género e a sua utilidade no cinema. Quanto a Trevor, vale a pena espreitar os filmes para os quais compôs melodias e, se possível, ir escutar algumas. 

E agora vou continuar onde parei e rever "Aracnofobia". Lembro-me que foi um filme que gostei muito. Quando passou novamente na televisão, gravei numa cassete VHS. (Quem se lembra desta tecnologia?). Como era meu hábito na altura, gostava de... editar. E guardar cenas de várias séries que gostava. Mas numa casa onde isso não era possível fazer, tinha de o fazer "escondido", gravando-as no finalzinho das cassetes. Para não desgravar muito, gostava de... Editar os filmes. Cortando cenas mais redundantes. É que, filmes, meus pais me deixavam manter. Mas nada mais que isso. Até a altura deles quererem por algo a gravar até a cassete acabar, por preguiça de programas. As cassetes eram película - algo que até hoje lamento que não continue, pois trazia muitas vantagens. A duração de gravação, sendo uma delas. Hoje mal consigo gravar 30 minutos com o telemóvel. Perco logo bateria, para começar, mas não tenho espaço suficiente, mesmo comprado cartões de 128 Gigas ou assim. As cassetes, sendo película, duravam várias horas. As VHS podiam ter até quatro horas - ou mesmo seis ou dez, como cheguei a ter. O que é muito vantajoso. Duravam muito mais se o formato de gravação escolhido não fosse o SP mas o LP - Long Play. Menos qualidade de imagem, mas mais fita.  

ARACNOFOBIA - o filme. Sobre a história irei falar depois, para não tornar este post mais longo. Viram o filme? 



PS: Mais uns minutos apareceu esta cena, do guia que os conduz até o local apontar numa direcção e dizer que ele não avança mais. Algo nesta cena soou... estranho. Talvez porque vi um índio que me fez lembrar a mini-série brasileira da extinta Manchete "O Guarani".  Mas a questão é que o dialecto falado é... espanhol. ESPANHOL... e índios.... Ah, uma pequena pesquisa me conduziu à Venezuela, e ao Monte Ruraima - um dos Tupuis mencionados apenas por palavra na intro do filme. Mas isso me conduziu à geografia. Sem dúvida que a equipa de produção fez bem a sua pesquisa e a cena de abertura é deslumbrante, mostra paisagens únicas deste grupo de Tupuis (Formações rochosas pré-divisão dos continentes planas no cimo devido à erosão de milhares de anos de vento), uma extensão de 31 Km que abrange três regiões: Brasil, Venezuela e Guiana, na região amazónia.

Um local que agora fiquei com vontade de conhecer. Mas devido às condições, isso dificilmente vai acontecer. É aqui que dá vontade de fazer parte da equipa de produção de um filme como este. Viaja-se muito e conhecem-se lugares únicos. É uma profissão que enriquece muito, a nível pessoal. 

Alien: A saga mais consistente


 Li que o filme Alien Ressurection, o quarto da saga Alien - o oitavo passageiro, é considerado o pior. Não entendo porquê. Para mim é um filme que agarra do princípio ao fim, é inteligente, consegue mostrar novas formas surpreendentes de se matar a criatura e de se morrer com uma. Achei fantástico terem clonado Ripley e mais ainda quando mostraram todas as outras versões mal sucedidas dessa clonagem. 

Gostei que, agora com ADN alienígena, Ripley agisse um pouco como um animal - mais agressiva e a nadar como um golfinho, com os braços para trás. Detalhes que só enriquecem a personagem, agora com o "monstro" não só fazendo parte de si, como a considerando sua mãe!



Tive pena da rainha alienígena quando esta dá à luz o seu bebé de forma dolorida, tal como um humano e o bebé rejeita-a, matando-a. Mais pena tive quando Ripley causa uma morte angustiante à criatura, agora meio humanóide, fazendo jus ao seu carácter anterior. Tive pena porque o que se vê é um filho ansiando pelo amor e carinho da mãe, e esta mata-o e a criança não entende porquê e grita de dor, olhando nos olhos da mãe ainda a clamar por seu amor. 

A forma como decidem matar o "vilão" da história - o homem do laboratório que traiu todos os sobreviventes conduzindo-os ao ninho de ovos, fazendo com que o sobrevivente que carregava um parasita dentro de si, no momento do alienígena sair do seu peito, atirar-se ao vilão e segurando-lhe a cabeça, faz com que o parasita lhe atravesse o crânio. Uma boa vingança, para alguém que se viu vítima indefesa. Um personagem curto, que surge quase no final do filme, mas que tem uma presença forte. Sentimos dó dele e não queremos ver o que lhe vai acontecer...



O filme vai mais além e dá-nos uma cena de acção, com tiros e lutas debaixo de água! Como conseguiram filmar daquela forma é que me deixa curiosa. Como terá sido a experiência para cada um deles? Além de terem de colocar equipamento bem dispendioso debaixo de água para poder capturar as imagens. Na história, tudo isto se passa com apenas um fôlego. Pois, como se sabe, os humanos só conseguem prender a respiração. Não conseguem respirar dentro de água. Embora o filme se passe a muitos anos no futuro, futuro esse que leva a humanidade a viver no espaço e a pilotar super naves, onde é possível fazer clonagem e a existência de robots humanóides, não deu ainda ao homem essa vantagem extraordinária de conseguir respirar debaixo de água. Contudo, nos filmes, os humanos prendem a respiração e conseguem nadar longas distâncias, espantarem-se com algo libertando bolhinhas de ar, lutar com um inimigo, soltarem-se de algo que os prende, e nadar para segurança. Tanto esforço com um só fôlego!
 
Gosto deste filme tanto quando gosto dos outros e discordo que é fraco. Para mim, o plot mais fraco dos quatro - embora também bom, é o segundo. Onde é introduzida uma criança. Porque carga de água decidiram apelar para "o sobrevivente criança" não me caiu muito bem. Nem tão pouco a imediata ligação emocional de Ripley com a miúda. Embora a história seja boa e aquele robot-carga que acaba por conseguir eliminar a criatura, tenha sido uma agradável adição, considero o Aliens" o filme mais fraco, até mesmo nas interpretações. Além de uma criança, meteram fuzileiros. Epa! Que cliché! E uma JA-Jane, que não convence ninguém. Em termos de guião é o mais fraco e aquele que engloba situações mais que vistas e usadas em filmes do género.  



Aliens- a ressureição, deixa espaço para outra sequela. É possível, novamente, ter Signorey Weiver a retornar ao papel. Desta vez como uma idosa de cabelos brancos, reclusa, de paradeiro desconhecido. Apenas um "mito" entre as gerações que se seguiram. Ninguém sabe se viva se morta. Por valores humanos, Ripley estaria morta. Mas com sangue alielígena dentro de si... será que teve a sua longevidade prolongada?

Como ela vive? Onde? Vão voltar a precisar dos conhecimentos dela e terão de a encontrar. 

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No que me diz respeito, ainda continua bastante impressionante e medonha a cena do primeiro filme, quando a criatura rompe do peito do hospedeiro. Nossa! Vi recentemente o filme, que já tem 40 anos! E se as imagens da "criatura" - os dentes metálicos e o tamanho humanóide, por vezes parecem patéticos, a cena da revelação do alienígena é fenomenal e não perdeu NADA para a passagem do tempo.

Esta é capaz de ser a MELHOR saga alguma vez criada pela indústria cinematográfica de hollywood. Um filme tão bom quando o anterior. Algo raro e difícil de conseguir. Que o diga a saga do "Jaws" ou até mesmo "Indiana Jones". 



 



 
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